- Duas da manhã

Já são por volta das duas horas da manhã, você consegue acreditar? Eu te escrevi muitas vezes ultimamente, e depois amassei e joguei no lixo. Ah, sei lá, te escrever virou algo tão vazio, vazio de você, entende? Antes era tão perfeito, eu conhecia todos os teus tons de voz, a cansada pela manhã quando me dava bom dia, ou a baixa e cautelosa que tu tinha de madrugada quando estava em cima do prédio. Aquele "cara" vai ser sempre você, porque você me fez acordar pra vida. É claro que um de nós teria que ir embora. É que , meu anjo, você me encontrou e eu te perdi.

Você até hoje é aquilo que eu mais odeio, é o que eu peço mais distância. Você é, foi, e sempre vai ser a mentira mais ridícula do mundo. Meu celular está aqui ao lado, aguardando qualquer um tom de voz seu, do outro lado da linda. Porque são duas da manhã, e a rotina que eu tinha de você me faz falta. Era toda hora, todo minuto, todo segundo. Se me perguntarem agora, se eu te quero de volta, a resposta é não. Mas se me perguntarem agora, se eu preciso de você de volta… Porque são 2 da manhã... a falta que você faz é doentia. Porque, são 2 da manhã, eu sou mais coração do que razão. Mas ainda assim, quando acordo as duas com essa insônia ridícula, ainda é com você que eu tento falar. E, consequentemente, ainda é com você que eu não falo.

- Yáskara Ellen